A perseguição contra cristãos atingiu níveis alarmantes em 2024, com quase 5 mil mortos em ataques relacionados à fé, revela o relatório da Lista Mundial da Perseguição 2024, divulgado pela organização Portas Abertas. O número de incidentes contra igrejas e instituições cristãs disparou.
Houve um aumento de sete vezes nos ataques a igrejas, escolas cristãs e hospitais, passando de 2.110 casos em 2023 para 14.766 em 2024.
Além disso, os casos de cristãos espancados ou ameaçados subiram de 29.411 para 42.849. Residências de cristãos sofreram um aumento dramático de 371% nos ataques, saltando de 4.547 para 21.431 casos. O número de cristãos forçados a abandonar suas casas ou se esconder mais que dobrou, de 124.310 para 278.716.
A Coreia do Norte lidera a lista de perseguição a cristãos pelo 22º ano consecutivo, onde ser cristão é considerado um crime contra o Estado, podendo resultar em pena de morte. A Somália e a Líbia ocupam o segundo e terceiro lugares, respectivamente, devido à intolerância islâmica extrema e à instabilidade política.
A Nigéria entrou pela primeira vez no top 10, ocupando o sexto lugar e liderando em número de mortes de cristãos, com um cristão morto a cada duas horas. Na China, foram registrados mais de 10 mil incidentes de igrejas fechadas, enquanto na Argélia apenas quatro de 46 igrejas protestantes permanecem abertas.
As principais fontes de perseguição contra cristãos incluem opressão islâmica, ditaduras comunistas, hinduísmo radical, corrupção e crime organizado.
A pandemia de COVID-19 também foi usada como pretexto para perseguir cristãos, com relatos de discriminação na distribuição de ajuda humanitária.
No México, os cartéis de drogas e gangues criminosas utilizam diversas táticas para perseguir e aterrorizar cristãos, especialmente líderes religiosos e e membros que se opõem às atividades ilegais dos cartéis ou se recusam a pagar propina.
Os cartéis também recorrem ao recrutamento forçado de jovens cristãos para integrar gangues e à doutrinação dos filhos de líderes cristãos para pressionar os pais a interromper atividades religiosas. Expulsão de cristãos de suas comunidades e terras, sequestro e tráfico de mulheres e meninas cristãs para exploração sexual, além de extorsão de igrejas e suborno de autoridades locais, são outras práticas comuns.
A perseguição contra cristãos em diversas partes do mundo é um tema que recebe pouca cobertura da grande mídia. Viés ideológico, falta de interesse comercial, dificuldade de acesso a informações confiáveis e medo de retaliação são alguns dos fatores que contribuem para essa negligência.
Embora a falta de cobertura seja lamentável, algumas organizações não governamentais e grupos de direitos humanos têm buscado preencher essa lacuna, documentando e denunciando casos de perseguição contra cristãos e outras minorias religiosas.
A crescente perseguição contra cristãos no mundo ressalta a necessidade urgente de intervenções internacionais para proteger as comunidades vulneráveis e garantir a liberdade religiosa. Com números cada vez mais alarmantes, a comunidade global deve intensificar esforços para combater essas violações dos direitos humanos.