São 10,6
milhões de toneladas a mais em relação a 2017/2018
O Brasil pode alcançar mais uma safra recorde de
grãos no período 2018/2019, ao colher 238,5 milhões de toneladas. Levantamento
apresentado hoje (11) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostra
incremento de até 10,6 milhões de toneladas em relação ao período anterior. Em relação à área total de cultivo, a
estimativa de aumento é de 2,3%, podendo ocupar mais de 63 milhões de hectares.
“Há duas coisas que podem
nos levar a esses números. A primeira é o agricultor tomar a decisão de
plantar, e os financiamentos chegarem a tempo – 40% oriundos de fontes públicas
– para ele comprar sementes e insumos e ele plantar no dia certo de acordo com
a recomendação de Embrapa e outros órgãos técnicos”, disse o ministro da
Agricultura, Blairo Maggi.
Maggi lembrou que as
mudanças de clima nos últimos anos causaram inseguranças entre produtores, mas
disse que as tecnologias tem garantido mais informações no campo. “Os
produtores podem se programar melhor e se São Pedro que é o dono da torneira
regar direitinho teremos esse resultado”, completou.
Soja
A estimativa de safra de
grãos recorde é impulsionada principalmente pelo cultivo da soja que deve ficar
entre 117 milhões e 119,4 milhões de toneladas, seguida da de milho (91,1
milhões de toneladas). A primeira safra de milho pode chegar a 27,3 milhões de
toneladas, enquanto a segunda safra é estimada em até 63,7 milhões de
toneladas.
Os resultados da produção
de milho dependem principalmente da normalização das chuvas, assim como a área
plantada.
Outras culturas que devem
se destacar na próxima safra são as de algodão – com bom desempenho das
cotações da pluma no mercado –, além do amendoim, feijão e girassol.
Fertilizantes
O ministro lembrou que a retomada da venda de
fertilizantes, mesmo após as consequências da greve dos caminhoneiros, pode aumentar a possibilidade de a
estimativa de recorde se confirmar. “Havia dúvida se o fertilizante já
negociado chegaria e quem arcaria com o frete. Grande parte das empresas bancou
a diferença, passando o ônus para a indústria. O que não estava negociado os
produtores assumiram.”
EUA x China
Perguntado dos impasses
entre as potências China e Estados Unidos, Maggi voltou a afirmar preocupação
com consequências próximas. Segundo ele, essa divergência tem garantido ganhos
superiores aos produtores brasileiros, “mas apenas em função da guerra”, porém
com impactos paralelos. “Se eu ganho mais pela soja agora, o produtor de suínos
está pagando mais [para alimento dos animais]. Isso afeta nosso mercado de
proteína animal”, exemplificou.
Dê: Agência Brasil