segunda-feira, 8 de junho de 2020

PANDEMIA DE ABANDONO: NÚMERO DE ANIMAIS ABANDONADOS QUASE DOBRA EM MINAS

Adoção inconsequente também tem alta durante o isolamento e assunto foi debatido em audiência nesta segunda (8).


Durante a pandemia da Covid-19, o número de abandono de animais tem aumentado significativamente. As estimativas é de que, em Belo Horizonte, cresceu em mais de 40% o número de cães e gatos nas ruas. O assunto foi o centro de debate, nesta segunda-feira (8/6/20), da primeira audiência pública remota da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Os dados, apresentados pelo presidente da comissão, deputado Noraldino Júnior (PSC), se repetem em todo o País e abrem a discussão para outro problema que também ampliou nesse período de isolamento social: a adoção inconsequente.

Consulte o resultado e assista ao vídeo completo da reunião.

Noraldino Júnior explicou que muitas pessoas acabam desejando adotar um animal para uma companhia momentânea nesse momento de solidão, sem avaliar as condições para continuar mantendo-o depois.

“Se não adotarmos medidas para que sejam realizadas adoções com metodologia, corremos risco de aumento significativo de abandono pós-pandemia, de animais adotados e que também estão sendo comprados, especialmente do mercado clandestino, que responde por 90% da comercialização de animais”, advertiu.

O alerta foi repetido por outras duas participantes da audiência pública: a coordenadora de Fauna e Pesca da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Samylla de Cássia Ibrahim Mol, e a médica veterinária Flávia Quadros Campos Ferreira, especialista em Controle Populacional e Medicina do Coletivo.

Samylla Mol afirmou que é louvável a iniciativa da adoção, desde que seja refletida. “O cão e o gato têm vida longa, 10, 15 anos, não é para pandemia, é para muitos anos”, ensinou. Ao resolver adotar um animal, a pessoa tem que avaliar se tem condições financeiras para garantir a alimentação, os cuidados veterinários e o bem-estar do animal; se terá tempo disponível para se dedicar a ele, por exemplo.

A falta de planejamento é um dos fatores, também, para o abandono de animais. “É comum, na doença, ser abandonado por incompatibilidade financeira, porque a assistência veterinária é muito cara”, reforçou Flávia Ferreira.

FONTE: ASCOM/ALMG