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FOTO: MEMORIAL DO ET/REPRODUÇÃO/NET |
Naquele dia, eu, que então era gerente comercial da Sucursal Sul de Minas do jornal Hoje em Dia e voltava do almoço quando percebi uma grande movimentação envolvendo viaturas da polícia, bombeiros e até do Exército, que se agrupavam na beira da linha férrea, aos fundos da Rua Três Pontas, no bairro Jardim Andere.
Pensando se tratar de algum acidente, parei meu carro e fui até as muitas pessoas que acompanhavam o fato. Foi então que me dirigi a um pedreiro de uma obra no local, que me disse se tratar da captura de um animal:
— Os bombeiros acabaram de pegar um bicho estranho aí no mato.
Foi nesse momento que ouvi pela primeira vez:
— Pegaram um ET.
Acelerei para a sede do jornal, que na época ficava ao lado da Faculdade de Direito, na Vila Pinto, onde estavam os repórteres chefiados pela jornalista Margarida Hallacok. Quando narrei a ela o que acabara de presenciar, Margarida respondeu:
— Eu já sei, me ligaram dizendo que o Exército capturou um ET.
Indaguei se ela não iria cobrir a ocorrência, e ela respondeu:
— Ah, Antônio, você acha que estudei durante 20 anos para fazer uma matéria sobre a captura de um ET?
O telefone tocou em seguida, era uma ligação de Belo Horizonte. Ela repetiu ao chefe de redação o que havia acabado de me dizer. Do outro lado da linha, ele afirmou:
— Como jornalista, você tem a obrigação de narrar os fatos. Se há centenas de pessoas e policiais no local, é porque alguma coisa está acontecendo. Vá até lá e escreva.
Começava ali uma série de histórias que incluíram avistamentos de naves e luzes, comoções populares, explicações de autoridades, internações hospitalares e até a morte de um dos envolvidos na suposta captura.
Varginha foi sacudida pelo aparecimento da criatura e passou a figurar nas telas de TVs ao redor do mundo como a cidade do ET.
Após aquele dia, novas aparições foram relatadas por todo o sul de Minas, incluindo cidades como São Sebastião do Paraíso, Carmo do Rio Claro, Campanha, Guaxupé e Boa Esperança, entre outras. Os relatos, tanto de moradores de zonas rurais quanto urbanas, eram abundantes, com destaque especial para as dezenas de narrativas em Varginha.
VEJA VÍDEO DO CQC - MATÉRIA 'ELEFANTE BRANCO' - SOBRE O ET DE VGA NA BAND
Confesso agora algo que só contei a parentes e amigos mais próximos: eu mesmo vi uma nave passando sobre minha casa. Não me lembro exatamente da data, mas foi em fevereiro daquele mesmo ano, por volta das 18h, quando eu chegava do trabalho. Avistei algo que se movia bem devagar, sem fazer barulho, e parecia estar a cerca de 200 ou 300 metros do chão. Era de um azul intenso, tinha o formato e o tamanho de um micro-ônibus, não possuía luzes, mas brilhava como uma esmeralda.
Daquele dia em diante, passei a olhar para o céu de forma diferente — diria até obsessiva, o que perdurou por muito tempo. Foram anos buscando algo que confirmasse o que parecia inacreditável, mesmo para mim, que tinha certeza do que havia visto.
Eu duvidava dos meus próprios olhos e tentava encontrar explicações lógicas para o ocorrido, mas a razão havia desaparecido junto com aquela visão. Não senti medo; foi fascínio, como se tivesse visto um fantasma.
Hoje, o que presenciamos é a força persuasiva desse "ser extraordinário", cujo impacto só pode ser explicado pela sua natureza extraterrestre e o ET é de Varginha... O ET é nosso!
Para explicar meu ponto de vista, cito Pelé, nascido na vizinha Três Corações. O rei do futebol morreu aos 82 anos de vida e mais de 35 dedicados ao futebol nos gramados do mundo, deixou centenas de horas de entrevistas gravadas e milhares de fotos e vídeos documentando suas façanhas. Ainda assim, toda essa produção não foi suficiente para levar o nome de sua terra natal além das fronteiras do Brasil.
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A 'NAVE DO ET' É UM DOS PONTOS MAIS FOTOGRAFADOS DE MINAS GERAIS |
Por outro lado, o ET apareceu aqui em Varginha, ficou por algumas horas, não disse uma palavra, não deixou fotos ou vídeos, mas, mesmo assim, tornou nossa cidade conhecida em todo o planeta e a 'nave do ET', uma estrutura simples, diria até grotesca, é um dos pontos mais fotografados em toda Minas Gerais.
O ET não tem contrato assinado, não recebe cachê e tampouco pode "prestar serviços" a outra cidade ou marca, mas é, e sempre será, o maior e mais eficiente "garoto-propaganda" deste nosso planeta redondo, azul, imenso e, proporcionalmente, bobo.
Valeu, ET!
Por: Evaristo Veríssimo - Assentador de ladrilhos em Córrego do Ouro/MG