Sindigás alerta que alta será de até 9% para as revendas. No DF,
o botijão de 13 quilos já custa quase R$ 100. Associação dos revendedores
reclama de atuação das distribuidoras de GLP
A Petrobras anunciou nesta
segunda-feira (5/11) o aumento do botijão de 13 quilos para R$ 25,07 nas
refinarias, preço médio sem tributos. Segundo a petroleira, a alta acumulada em
2018 é de R$ 0,69, ou 2,8%, desde janeiro quando passou a ter reajustes
trimestrais.
Tal periodicidade só não
foi respeitada no mês passado, porque o fechamento de três meses coincidiu com
a proximidade da data do primeiro turno das eleições. À época, a justificativa
da estatal foi que a composição de preços tinha que ser reavaliada porque as
variações cambiais não estavam refletindo nenhum movimento consolidado do
dólar, apenas a volatilidade eleitoral.
O Sindicato Nacional das
Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) informou que
as companhias associadas à entidade foram comunicadas pela Petrobras que o GLP
para embalagens de até de 13 quilos ficará mais caro a partir da 0h de 6 de
novembro. “O reajuste oscilará entre 8,2% e 9%, de acordo com o polo de
suprimento. Pelos cálculos do Sindigás, o ajuste anunciado deixa o preço
praticado pela Petrobras para as embalagens de até 13 quilos aproximadamente
29% abaixo do preço de paridade internacional. O valor do GLP empresarial está
52,4% acima do preço do GLP para embalagens até 13 quilos”, disse, em nota.
Para o presidente da
Associação Brasileira dos Revendedores de GLP, Alexandre Borjaili, o valor do
gás de cozinha pode passar de R$ 100. “As distribuidoras fazem cálculos e
repassam sempre mais para a revenda, isso porque o gás que sai de São Paulo não
é é o mesmo que sai da Bahia”, explicou. “O que importa para o consumidor é que
a alta sempre será maior do que a anunciada pela Petrobras. Isso porque a
distribuidora diz que a alta será de 8,5%, o que representaria R$ 2. Mas vai
chegar para as revendas de R$ 4 a R$ 6 mais caro”, afirma.
Borjaili lembrou que em
janeiro a Petrobras baixou o preço em R$ 1 e nenhuma revenda viu o preço da
distribuidora caiu. “Em abril, a mesma coisa. Mais uma redução na refinaria que
não chegou ao ponto de venda. Agora, quando houve aumento, chegou bem
mais alto para nós”, alertou. “Quando o preço cai, as distribuidoras não
repassam isso para os consumidores, mas quando sobe, sempre aumentam mais do
que o índice divulgado pela Petrobras. Ou seja, quem está ganhando em margem
são as distribuidoras”, destacou.
Na época da greve dos
caminhoneiros, quando as revendas pagaram gás com ágio e tentaram repassar o
custo para os consumidores, o Ministério Público abriu processo investigativo,
ressaltou Borjaili. “Agora, a política de preços livres só funciona para as
distribuidoras. Além do mais, o dólar está despencando e isso não chegou no
gás, o que vem é mais aumento. A Petrobras peca pela omissão”, reclamou.
Dê: EM