Em depoimento, suspeito deu detalhes sobre morte do jovem de 24
anos
A Polícia Civil do Paraná voltou a ouvir
testemunhas e suspeitos do caso do jogador Daniel Freitas, de 24 anos, morto
após uma festa em São José dos Pinhais. Detalhes foram fornecidos aos
investigadores sobre como teria ocorrido a morte do jovem. Eduardo Henrique da
Silva, de 20 anos, que está preso, disse que o empresário Edison Brittes
convidou colegas que estavam na festa a participar da castração da
vítima.
Stadler disse que todos saíram da casa
com o objetivo de castração do jogador. “(Eles) se associaram para fazer uma
castração, uma castração da vítima, do Daniel. Houve um convite do Edison
Brittes para que eles fossem juntos para segurar o Daniel para que esse pudesse
fazer a castração da vítima, e eles foram, espontaneamente eles foram”, disse.
Logo após a morte do jogador, o
empresário chegou a dizer “fiz merda, mas não vai dar nada para vocês, isso fui
eu que fiz”, afirmou Eduardo em seu depoimento. O depoimento de Eduardo, que é
primo de Cristiana Brittes, também presa, viajou de Foz do Iguaçu para o
aniversário de Allana Brittes, contradiz Ygor e David, que negaram que tivessem
participado de toda a sessão de tortura comandada por Edison.
Eduardo contou que foi alertado sobre as
agressões que Daniel sofria no quarto, após ser flagrado na cama do casal
Brittes. Depois de ser levado para a área externa da casa, disse que “Júnior
(Edison) parou o carro de ré e disse 'eu vou capar esse cara e preciso que
vocês venham junto'", relatou.
Antes de sair, Eduardo conta que “Júnior
foi até a cozinha, apanhou uma faca, passou no chão como se a amolasse e a
levou para o carro”, comentou. Pouco antes de Daniel ser morto, já no
porta-malas do carro, Brites viu o celular do atleta. “Após ver o aparelho
celular, Júnior não disse mais nada e seguiu para uma estrada de chão, Júnior
desceu e os demais desceram”, relata o depoimento.
Em seguida o empresário levou o jogador
para perto de algumas árvores e Eduardo viu movimentos similares a quem corta
alguma coisa, momentos depois o empresário voltou ao carro sujo de sangue.
Defesa nega participação de jovens
O advogado de defesa de Ygor e David,
Robson Domacoski, disse que a versão de seus clientes será provada com os
laudos. “Estamos tranquilos quanto a isso porque as investigações estão bem
apuradas e agora irão vir elementos provas, estamos querendo que venham as
provas, porque as provas vão ser fundamentais para mostrar o que cada um fez”,
comentou.
Além de Eduardo, o delegado Amadeu
Trevisan ouviu a jovem Evelyn 19 anos, que chegou a ter um affair com Daniel
durante a festa de aniversário de Allana, e outra testemunha que estava na
casa, mas não teve participação nas agressões. Evelyn disse ter visto Daniel
com vida dentro da casa.
Entenda o caso
Daniel Freitas participou da festa de Allana Brittes, em uma boate em São José dos Pinhais, na sexta-feira, 26 de outubro. A festa prosseguiu na casa da família, onde Daniel relatou a amigos, pelo WhatsApp, que a mãe de Allana, Cristiana, estava dormindo e que ele se aproximaria dela. A partir daí, as versões de suspeitos e testemunhas divergem. Edison Brittes, pai de Allana e marido de Cristina, disse ter flagrado o jogador tentando estuprar a mulher, o que gerou sua reação violenta, que culminou com a morte.
A tese de estupro é vista com
desconfiança pelos investigadores. Antes de morrer, Daniel foi espancando, teve
o pênis cortado e seu corpo foi abandonado em uma estrada. Edison, Allana e
Cristiana foram presos dias após o empresário confessar que tinha matado o
jovem como reação ao estupro. Outras três pessoas estão presas: Eduardo, Ygor e
David. Para a polícia, eles estavam no carro quando o corpo da vítima foi
transportado e é investigada a participação deles na tortura e morte do
jogador.