terça-feira, 23 de julho de 2024

ATLETAS BRASILEIROS CRITICAM MATERIAIS RECEBIDO PARA OLIMPÍADAS: 'VOU TER QUE LAVAR O UNIFORME PARA USAR NO OUTRO DIA"

 

O kit de uniformes fornecidos aos atletas brasileiros para os Jogos Olímpicos de Paris-2024 foi alvo de críticas. O decatleta José Fernando Ferreira, mais conhecido como Balotelli, expressou insatisfação com o material recebido, alegando que não é suficiente para a quantidade de provas que disputa e que precisou pagar do próprio bolso por sete pares de sapatilhas.

“Vocês não têm ideia de como foi desanimador receber o material da seleção. Sempre achei que, na Olimpíada, receberíamos uma mala de materiais, com tênis, roupas e sapatilhas, mas parece que não é bem assim para nós”, escreveu Ferreira em seu perfil na rede social X (anteriormente Twitter). (Veja abaixo, ao fim da reportagem)

Balotelli também compartilhou, em resposta ao seu primeiro post, uma foto do que seriam os kits distribuídos aos atletas espanhóis para as olimpíadas.

O decatlo, composto por dez provas disputadas em dois dias, exige um grande número de equipamentos específicos. No primeiro dia, são realizadas as provas de 100 metros, salto em distância, arremesso de peso, salto em altura e 400 metros rasos. No segundo dia, ocorrem as provas de 110 metros com barreiras, lançamento de disco, salto com vara, lançamento de dardo e 1.500 metros.

“Utilizo sete sapatilhas de modelos diferentes, cada uma para uma prova específica. Estou indo para os Jogos Olímpicos sem patrocínio de marca esportiva, ou seja, vou gastar do meu próprio dinheiro para comprar as sapatilhas, sei que isso vai me ajudar muito”, completou o atleta, que treina cerca de 20 horas por semana na pista de atletismo.

Modelos de sapatilhas para atletismo podem custar cerca de R$ 800 cada par. Portanto, o gasto de Ferreira pode alcançar R$ 5.600.

Outro problema apontado por Ferreira é a quantidade de roupas fornecidas. O kit descrito por ele inclui uma regata, um macacão de treino e um short. “Assim que acabarem as provas do primeiro dia, terei que voltar para a Vila Olímpica e lavar logo meu material, ou competir com ele sujo no dia seguinte”, lamentou.

A patrocinadora da CBAt é a Puma. A parceria começou em 2022 e se estenderá até 2032, abrangendo os Jogos de Los Angeles-2028 e Brisbane-2032. Os uniformes deste ano foram lançados em abril, com uma campanha que contou com a participação de atletas que não estarão em Paris-2024, como Neymar.

A reclamação de Ferreira surge após a atleta Izabela Rodrigues da Silva também ter se queixado de não receber uniformes em tamanho adequado. Segundo ela, seu enxoval foi reduzido devido à falta de peças femininas no tamanho G. A CBAt e a patrocinadora afirmam que estão trabalhando para resolver esses problemas. 

Fontes: Estadão/Poder360/DOL