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| FOTO: ILUSTRAÇÃO/NET |
18/07/2024 | 4 min para saber
As Nações Unidas (ONU) emitiram um alerta preocupante sobre a disseminação do nitazeno, um grupo de substâncias sintéticas que podem ser até 40 vezes mais potentes que o fentanil. A informação foi divulgada em um novo relatório do Escritório das Nações Unidas para o Combate às Drogas e ao Crime (UNODC), que detalha o cenário global do mercado de entorpecentes.
O que é o nitazeno?
O nitazeno pertence à classe dos opioides sintéticos e inclui mais de 20 compostos. Testes de laboratório revelaram que esses compostos podem ser centenas a milhares de vezes mais potentes que a morfina, um analgésico comum utilizado para aliviar dores intensas.
A Agência Antidrogas dos EUA (DEA) classificou várias formulações de nitazenos como drogas da Tabela 1, segundo a Lei de Substâncias Controladas, indicando que não possuem uso médico aceitável e apresentam alto risco de abuso.
Origem do nitazeno
O nitazeno foi desenvolvido na década de 1950 pelos laboratórios de pesquisa farmacêutica da empresa química suíça CIBA Aktiengesellschaft, com a intenção inicial de ser utilizado como analgésico. No entanto, a substância nunca foi aprovada para uso médico em seres humanos pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA, órgão equivalente à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil.
Disseminação e formas de consumo
O nitazeno apareceu pela primeira vez em 2019 no Centro-Oeste dos EUA como um pó branco semelhante à cocaína. Posteriormente, foi encontrado nas ruas de Washington, DC, em formas de pó amarelo, marrom e branco. Desde 2022, a DEA tem encontrado outros tipos de nitazenos em pó e em comprimidos azuis. Médicos explicam que o nitazeno pode ser misturado com heroína, fentanil e pílulas falsas de oxicodona sem que os usuários estejam cientes, aumentando o risco de overdoses e complicações.
O alerta da ONU sublinha a gravidade da situação e a necessidade urgente de medidas para combater a disseminação e o uso do nitazeno, que representa um novo desafio na luta contra os opioides sintéticos.
REDAÇÃO