Oministro do STF Alexandre de Moraes autorizou a rede X a voltar a funcionar no Brasil nesta terça, 8.
O fim da censura deixa duas consequências. A primeira é a insegurança jurídica. A segunda é uma disposição maior do Congresso em conter os abusos do Judiciário.
“A decisão do ministro Alexandre de Moraes, embora tenha resolvido a questão do pagamento das multas pela plataforma X, deixou importantes lacunas em termos de segurança jurídica, proporcionalidade das sanções e respeito ao contraditório. Essas falhas não apenas impactam as partes diretamente envolvidas, mas também têm implicações mais amplas, afetando o clima de negócios no Brasil. A decisão levanta questões cruciais sobre o papel do Judiciário na regulação de grandes empresas, especialmente as que atuam no setor de tecnologia“, diz o advogado Kevini de Sousa, especialista em direito digital.
“Com o retorno da plataforma X ao Brasil, o saldo final é ambíguo. Se, por um lado, o Poder Judiciário reafirmou sua autoridade, por outro, o processo foi marcado por excessos e decisões questionáveis, que colocam em xeque a segurança jurídica do país. No balanço final, apesar da retomada das operações da plataforma, o impacto sobre a credibilidade jurídica do Brasil será perceptível. Empresas, especialmente as multinacionais, podem agora enxergar o Brasil com maior cautela em suas operações, devido ao precedente perigoso criado em relação à Starlink, que foi incluída na disputa sem as devidas garantias processuais“, diz Kevin.
Debate no Legislativo
No
Senado, avançam os debates sobre a Proposta de Emenda Constitucional
número 8, de autoria de Oriovisto Guimarães, para conter as decisões
monocráticas, como as tomadas por Alexandre de Moraes no debate do X.
“Essa decisão coloca um fim ao cabo de guerra entre Moraes e o X. Mas vale notar que ocorreu um debate importante sobre liberdade de expressão nesse período, o que pode reverberar no Legislativo, com as propostas de lei“, diz o advogado Matheus Carvalho Dias, diretor-executivo da Associação Nacional de Juristas Evangélicos, Anajure.
Fonte: O Antagonista