quarta-feira, 1 de março de 2017

Adeus Caixão: Começam as obras da Usina Hidrelétrica em Varginha

No mês de fevereiro foi oficialmente anunciado o início das obras da construção da Pequena Central Hidrelétrica (PCH), localizada na região da ilha do Caixão, no Rio Verde, a 5km do centro da cidade de Varginha.
O projeto foi aprovado pelo Conselho de Política Ambiental de Minas Gerais (Copam) e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Passados alguns anos desde que foi anunciado o projeto de construção dessa nova barragem, as manifestações e questionamentos da população, como não poderia deixar de ser, vem se multiplicando, afinal, o Rio Verde é o manancial mais importante para Varginha e as interferências no seu curso natural trarão consequências às estruturas da comunidade.
 “Interferir no curso dos rios é interferir nos alicerces das comunidades às suas margens”. Já dizia Chico Mendes, em defesa dos povos indígenas.
Diante dos fatos, enviamos a Assessoria de Imprensa da CPFL Renováveis, que é a empresa responsável pela PCH Boa Vista 2, um breve questionário que nos foi prontamente respondido e segue:

JI - Por que construir uma usina hidrelétrica em Varginha?
PCH - As vantagens da instalação da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) para o município de Varginha são muitas, desde a geração de emprego até o aumento da arrecadação de impostos, incentivo ao ecoturismo, reconstituição da APP já degradada naquele trecho do entorno do Rio Verde, dentre outros. Sobre o ecossistema do local do empreendimento, os impactos gerados pela PCH serão mitigados por meio de diversos programas ambientais propostos no Plano de Controle Ambiental.
A geração de energia elétrica distribuída, ou seja, próxima aos centros de consumo, possui inúmeras vantagens do ponto de vista de confiabilidade energética e meio ambiente. Alguns destaques: menores perda de energia na transmissão, contribuição para desenvolvimento local, diversidade das fontes de geração, maior segurança climática, impactos ambientais minimizados, entre outros.

JI – Qual a previsão de quando o lago vai se formar.
PCH - De acordo com o leilão A-5, no qual a PCH comercializou energia, o início do contrato é em 2020.  O enchimento do reservatório está previsto para segundo semestre de 2018, todavia pode ocorrer variação em tal atividade, como adiantamento das obras ou regime de chuvas.

JI - Qual a capacidade de geração do sistema e onde essa energia será empregada?
PCH - A PCH Boa Vista 2 totaliza 26,5 MW de capacidade instalada, com garantia física de 14,41 MWm e com cerca 1,12 km² de área inundada, sendo 0,5 Km2 de rio já existente e 0,62 hectares para a área de reservatório.
Assim como ocorrerá com a energia gerada na PCH, quase que a totalidade da energia produzida no Brasil vai para o Sistema Interligado Nacional (SIN), que é o sistema de produção e transmissão de energia elétrica no país, formado pelas empresas das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da região Norte. Apenas 1,7% da energia requerida pelo País encontram-se fora do SIN, em pequenos sistemas isolados localizados principalmente na região amazônica¹. Isso significa que a energia produzida no Nordeste pode abastecer a região sul ou sudeste, por exemplo.
¹ Fonte ONS

JI - Pode haver redução das tarifas para a população local?
PCH - Com relação à redução das tarifas, a conta de luz é formada por diversos custos (geração de energia, transmissão, distribuição, encargos e tributos). Esses custos diferem de estado para estado. A energia da PCH Boa Vista 2 foi comercializada no Leilão A-5 de 2015, em contrato com vigência de 30 anos e início de suprimentos programado para 2020. A dinâmica do preço da conta de luz não tem uma relação direta com o local de produção de energia, até porque existem outros custos envolvidos.

JI - O acesso ao lago será aberto ao público para lazer, pesca e outros esportes?
PCH - Está previsto o Programa Ambiental de Conservação e Uso do Entorno do Reservatório (PACUERA). Ele é um instrumento que define os tipos de uso da área, visando compatibilizar o uso e ocupação das margens dos reservatórios artificiais à sua conservação. Essa proposta deverá ser discutida em consulta pública e submetida à aprovação pela SUPRAM/COPAM, órgão responsável pelo licenciamento ambiental para a PCH Boa Vista 2, em conformidade com a legislação vigente.


JI - Como a nossa administração está apoiando? Nós participamos dos investimentos?
PCH - No que se refere à administração do município, a prefeitura apoia o empreendimento de diversas maneiras, todavia não participa com investimentos.

É importante ressaltar que todas as licenças pertinentes foram emitidas e o empreendimento encontra-se em conformidade com as leis do município, com as legislações estaduais e federais.