O Museu Municipal acaba de receber a doação do acervo que foi que foi entregue pelos filhos Roney, Mariangela e Celeste, esta última, casada com Abel, com quem Nico dividiu seu escritório de contabilidade por 45 anos.
Além de apaixonado pela história, Nico Vidal foi tipógrafo no Jornal Arauto do Sul, contador, escritor e político - candidato a prefeito e vereador eleito na Câmara Municipal. Nasceu em 28 de novembro de 1911, sendo filho de Alfredo Braga Carvalho e de Maria Vidal de Carvalho, casado com Maria José Salles de Carvalho com que teve 9 filhos, netos, bisnetos e 1 tetraneta.
Todo o acervo será cuidadosamente catalogado por uma equipe especializada da Fundação Cultural de Varginha e posteriormente exposto, de forma alternada, ao público, na principal sala do Museu Municipal, que receberá o nome de “Sala Nico Vidal”.
De acordo com o diretor da Fundação Cultural, Leandro Acayaba, “recebemos um verdadeiro tesouro. É uma das maiores e mais importantes doações que o Museu de Varginha já recebeu, pois são fotos, jornais e documentos únicos e, em sua grande parte, inéditos para os estudantes e historiadores de Varginha e sua redescoberta poderá acrescentar fatos e inúmeras informações para a história de Varginha, até então desconhecidas do público em geral”.
Na mesma semana, atendendo unanimemente a indicação do vereador Leonardo Vinhas Ciacci, a Câmara Municipal, através de decreto de lei, resolveu perpetuar na história do município a memória do ilustre cidadão, nomeando logradouro público municipal Av. Nico Vidal.
Estiveram presentes à cerimônia, dois de seus filhos, Ronei e Alfredo de Carvalho que na ocasião receberam os cumprimentos dos vereadores e demais presentes.
Eu pessoalmente, tive o prazer de conhecer o Sr. Nico quando tinha por volta de 12 anos de idade, me lembro bem de quando o vi pela primeira vez, estava em sua mesa, debruçado sobre a besuntada máquina de escrever... pensei que ele nem tinha notado o menino que acabava de entrar na sala do escritório que ficava na ali rua Delfim Moreira, pertinho da Casa Tigre... idos, anos 70; percebi que estava completamente enganado quando ele perguntou ao seu filho, de nome Lourenço, que datilografava na mesa ao lado e era a quem meu pai me incumbiu de encontrar pra efetuar um pagamento de honorários.
- “Quem é esse ai, Lourenço?”
Ao que o jovem respondeu:
- “É filho do Toninho Lopes... da Dona Júlia, pai.
”Terminou ai o diálogo entre os dois, não antes dele ter me atravessado com um olhar pré corretivo... foi como se ele tivesse me dito: “não toque em nada aqui... hein moleque... em nadinha mesmo... principalmente nas fotos"!
- Quando a gente é criança, parece que sente quando algum fato, lugar ou pessoa é importante na história, né? E naquele lugar eu sentia isso, só não sabia o que era, mas, sentia...
Talvez fosse porquê naquele tempo as fotografias eram extremamente raras e haviam várias delas naquele lugar, pendiam dependuradas em pregos nas paredes... e já eram antigas aquelas imagens... percebia-se facilmente que eram guardadas com extremo zelo, o que não impediu a corrosão causada pelo tempo.
E logo eu que até então, só me lembrava de ter visto um fotógrafo... foi um tal de “lambe-lambe” que apareceu na praça da fonte num domingo e fotografou quase que a cidade inteira... saudosismos!