sábado, 12 de outubro de 2019

EM SERMÃO NA MISSA DE APARECIDA, ARCEBISPO CHAMA DIREITA DE "DRAGÃO DO TRADICIONALISMO" (DRAGÃO, NA BÍBLIA, É SATANÁS)


Dom Orlando Brandes também falou em defesa da natureza e pediu que 'crianças não morram mais de bala perdida'. Sobre a homilia, religioso disse após a missa que referência foi a ideologia, não a governos.

Missa solene é celebrada no altar central da Basílica de Aparecida (SP); Homilia fez críticas sociais e políticas  — Foto: Thiago Leon/ Santuário Nacional de Aparecida
-
Missa solene é celebrada no altar central da Basílica de Aparecida (SP); Homilia fez críticas sociais e políticas
Foto: Thiago Leon/ Santuário Nacional de Aparecida - 

O sermão do arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, na missa solene no Santuário Nacional, maior templo católico do país, criticou o 'dragão do tradicionalismo' e disse que a 'direita é violenta e injusta'. Ele ainda criticou a corrupção, defendeu a preservação da natureza e pediu para que crianças não morram mais vítimas de bala perdida.

A celebração, neste 12 de outubro, feriado da Padroeira, começou às 9h e durou uma hora e meia. A missa foi acompanhada por uma multidão - neste feriado são esperados 170 mil romeiros em Aparecida. O presidente Jair Bolsonaro tem agenda na basílica às 16h e está previsto encontro com o arcebispo.
Na homilia de Dom Orlando, que durou cerca de 10 minutos, ele fez referência a duas leituras bíblicas com desdobramentos em temas da atualidade.

"Temos o dragão do tradicionalismo. A direita é violenta, é injusta, estão fuzilando o Papa, o Sínodo, o Concílio Vaticano Segundo. Parece que não queremos vida, o Concílio Vaticano segundo, o evangelho, porque ninguém de nós duvida que está é a grande razão do sínodo, do concílio, deste santuário, a não ser a vida como já falei", disse.



Sobre a preservação da Amazônia, Dom Orlando reforçou a defesa da Igreja à vida. "Bendito seja o Sínodo da Amazônia, que está pensando na vida daquelas árvores, daqueles rios, daqueles pássaros, mas principalmente daquelas populações. Muitos de nossos parentes estão lá", disse o religioso.
Com uma alusão novamente ao 'dragão' que, segundo ele nas escrituras representa o mal, também criticou as desigualdades sociais que têm, entre outras origens, a corrupção e o desemprego.
"Aquele dragão, que ainda continua, estão sendo facilitados agora os caminhos do dragão da corrupção, que tira o pão da nossa boca e aumenta as desigualdades sociais, que a mãe não pode ficar alegre com filhos desempregados,com filhos sofrendo uma violência injusta, com filhos e filhas não tendo nem como sobreviver cada dia, talvez até a cada minuto da vida. Dragão é o que não falta, mas a fé vence", concluiu.
Sobre a homilia, no trecho em que cita a direita, o religioso foi questionado pelo G1 após a missa e afirmou que referência foi a ideologia, não a governos.
"Todo mundo sabe o que é direita, nós temos muitas pessoas que não aceitam o Vaticano, o Papa, por visão tradicionalista.
Ás vezes com nome diferentes, com nomes antigos.
São grupos muito antigos, sempre houve na igreja a ideologia da esquerda e a ideologia da direita e nós não podemos ser ideológicos, precisamos ser pessoas da verdade. A ideologia sempre procura os próprios interesses. Já a verdade é uma pessoa: Jesus Cristo, e o seu evangelho", analisou.

                              Íntegra da homilia

Primeira leitura: órfã, adotada, pobre e principalmente, vivendo fora do seu país, exiliada, e se tornou rainha, esperança para os pobres, esperança para os pequenos porque ela, pequenina, eu sou a pequena serva do Senhor, se tornou então rainha do Brasil. E é a Estér que hoje pede ao rei e nós aqui com Maria Rainha do Brasil pedimos a mesma coisa.
Eu peço a vida do meu povo, não há um pedido maior, para um coração de mãe, do que dar a vida, querer a vida e ser a mãe daquele que disse "Eu trouxe e quero vida plena para todos". Portanto, é festa da vida e na salve rainha nós rezamos assim "Mãe de misericórdia, movei para nós o vosso olhar, porque sois a nossa vida, nossa doçura, nossa esperança. É claro, se trouxe vida para Jesus, quero a vida de todos os seguidores de Jesus e de toda humanidade também porque ela ela foi dada como mãe ao Mundo inteiro.
Mãe Aparecida, precisamos sim da vida ecológica, da vida natural, da casa comum, bendito seja o Sínodo da Amazônia, que está pensando na vida daquelas árvores, daqueles rios,daqueles pássaros, mas principalmente daquelas populações. Muitos de nossos parentes estão lá.
A mãe quer vida intrauterina, porque ela é a Imaculada Concepção, concebeu Jesus, bendita sejam todas mães grávidas e que defendam a vida, e a levem dignamente até o fim. vida cristã. Mãe querida, ajudai-nos a ter uma vida de fé. A vida de Jesus faça parte da nossa vida, que cada um de nós possa viver a vida de Jesus através de Maria e a vida eterna, é claro que tu estás coroada, com essa coroa tão simbólica, que vai ser a nossa coroa final. Todos seremos coroados, principalmente se dermos vida a quem tem fome, a quem é peregrino, a quem está preso como nos ensinou nosso senhor Jesus Cristo, rei da vida. Trouxe o reino da vida.
Irmãos e irmãs pé a festa da vida, mas a vida não está sendo protegida. A segunda leitura mostrou o dragão. É claro que nas escrituras o dragão é o demônio, é o dragão, é o diabo, é o mal que se organiza no mundo.
Jesus disse "Satanás também tem suas comunidades, grupos do mal e que tentam e atentam contra a vida. Livrai-nos do mal e nós então livramos a vida para que inclusive, para que no Brasil, nossas crianças não morram mais de uma bala perdida, nossos jovens não se suicidem e nossos idosos tenham lugar de dignidade para viver e sobreviver. O dragão do pecado.
Ela é cheia de graça viemos ao santuário e os que descem até o confessionário lá recebem a vida de Jesus ressucitado, pelo perdão dos pecados.
Temos o dragão do tradicionalismo. A direita é violenta, é injusta, estamos fuzilando o Papa, o Sínodo, o Concílio Vaticano Segundo. Parece que não queremos vida, o Concílio Vaticano segundo, o evangelho, porque ninguém de nós duvida que está é a grande razão do sínodo, do concílio, deste santuário, a não ser a vida, como já falei.
Ah, e aquele dragão, que ainda continua, estão sendo facilitados agora os caminhos, do dragão da corrupção, que tira o pão da nossa boca e aumenta as desigualdades sociais, que a mãe não pode ficar alegre com filhos desempregados,com filhos sofrendo uma violência injusta, com filhos e filhas não tendo nem como sobreviver cada dia, talvez até a cada minuto da vida. Dragão é o que não falta, mas a fé vence.
Viemos ao Santuário para proclamar todas essas vidas no poder de Jesus ressuscitado e da Rainha do Brasil. Em Caná da Galileia o grande mandamento da vida do Evangelho, da vida bíblica: fazei tudo o que ele vos disser. Seu mandamento último porque a última palavra de Nossa Senhora dos Evangelhos é um mandamento: fazei, praticai, observai a palavra do meu Filho. Antes de tudo, o Evangelho. Primazia do Evangelho.
Pais irmãos e irmãs, nós agradecemos a Nossa Senhora Aparecida porque ela Imaculada desceu do céu e a sua imagem foi encontrada no fundo do rio, na lama. Do céu para nossa lama. Como Deus desceu do céu e foi lá na escravidão do Egito levar vida. Como Jesus desce do céu, a estrela Maria que também é lama. Para nos trazer vida e nos tornar imaculados, viventes. Com vida alegre, sadia e digna. A Caná da Galiléia nos ajuda a sermos missionários.
A esta cruz bendita, e a mãe. Ah está essa Cruz Bendita e a mãe que saiu de casa caminhando 130 km a pé é para que a gente visite o vizinho, evangelize a rua, saia de casa. Nossa senhora da visitação levando vida do Evangelho vida espiritual e humana para as pessoas. Então, mês Missionário com seu neto Missionário, com sua neta missionária. Infância missionária nesse dia da criança o que queremos mais transformar nossas crianças em consumidoras ou missionárias? Todo mundo sabe que onde tem infância missionária, aquela igreja tem sangue, tem alegria, tem vida e vida de fé assim, ano, mês missionário Maria, vamos buscar os afastados vamos ocupar os espaços vazios que vocês queridos redentoristas ocuparam há 125 anos.

DO: G1