Atletas de mais de 30 países enviaram ao Comitê Olímpico Internacional um apelo para evitar a “destruição dos esportes femininos” e o que elas chamam de “flagrante discriminação contra as mulheres em razão do sexo biológico”. Em documento, elas pedem que sejam suspensas as normas adotadas em 2015 que permitem as chamadas “mulheres trans” (pessoas do sexo biológico masculino) nas competições femininas. O pedido foi feito no fim de abril, aproveitando a decisão de adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Desde novembro de 2015, quando foi publicado um novo guia de diretrizes do Comitê Olímpico Internacional (COI), atletas transexuais e travestis passaram a ser aceitas em campeonatos femininos de vários países e, com isso, as mulheres perderam o direito de competir em condições de igualdade, já que o corpo masculino é, por natureza, mais forte e resistente, mesmo que tenha passado por cirurgias e terapias hormonais para ganhar características femininas.
Ainda que se considerem mulheres, as atletas trans têm, além de estrutura corporal avantajada, altura, força física e de impulsão, capacidades pulmonar e cardíaca muito maiores do que as das mulheres, o que deixa as concorrentes em clara desvantagem. E a redução do nível de testosterona por um ano, como indica o COI, não elimina essa vantagem.
Não à toa homens
esportistas de pouca expressão nos rankings do esporte masculino viraram
campeões absolutos e até recordistas quando passaram a usar outra identidade
social e a competir com mulheres, como foi o caso de Craig Telfer. O jovem
velocista americano, inexpressivo nas competições masculinas, virou um fenômeno
nas pistas, depois de fazer a cirurgia de transição de sexo aos 21 anos, mudar
o nome para Cece Telfer e tornar-se a primeira transexual no torneio
universitário de atletismo feminino dos Estados Unidos, vencendo os 400 metros
com barreiras e dando o primeiro título nacional à Franklin Pierce University.
Por outro lado,
nesses quase cinco anos de presença de atletas trans em competições femininas
inúmeras mulheres viram desabar o sonho de conquistar títulos, patrocínios,
contratos e muito mais.
Atletas americanas
do ensino médio estão processando a Conferência de Atletismo Interescolar de
Connecticut, depois de perderem a chance de conseguir bolsa nas melhores
universidades, simplesmente porque era impossível vencer duas transexuais
inscritas no campeonato escolar.
As duas
conquistaram o primeiro e o segundo lugares das provas disputadas e receberam
bolsas para integrar equipes universitárias, uma delas em Harvard.
DA: GAZETA DO POVO