Vinte em cada 100 pessoas morrem ao contrair a doença e 40%
ficam com sequelas. Vacina existe para alguns tipos da bactéria
A meningite meningocócica é uma doença
infecciosa bacteriana com letalidade de 20% que afeta mais as crianças,
principalmente abaixo dos 2 anos, segundo o pediatra Juarez Cunha, presidente
da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
“As crianças sãos as principais vítimas
porque são mais vulneráveis e ainda não dispõem do sistema imunológico
completamente formado”, explica.

Cerca de 40% das pessoas que contraem a meningite meningocócica ficam com
sequelas, de acordo com Cunha. As mais comuns são amputação dos membros,
sequelas neurológicas definitivas e surdez. O tratamento é feito com
antibióticos. A maioria das pessoas se tratam e curam a doença.
O pediatra explica que existem vários
tipos de meningococo, a bactéria que causa a doença. Há vacina para a meningite
meningocócica C, inclusive oferecida pela rede pública. Desde 2010, foi
instituído pelo Ministério da Saúde a recomendação da vacina para crianças e
desde 2018 para adolescentes entre 11 e 14 anos. A vacina está disponível na
rede pública para crianças não vacinadas até os 5 anos de idade.
“Adolescentes e jovens adultos, até 25
anos, são os principais grupos de portadores dessa bactéria. São os chamados
portadores sãos. Eles podem desenvolver a doença e transmitir, mesmo não a
tendo. A vacinação em outras faixas etárias, em especial os adolescentes, além
de proteger o próprio vacinado, evita a transmissão da bactéria para a
criança”, afirma.
Cunha ressalta que também existem
vacinas para os tipos A, B, W e Y de meningococo, mas que não são
disponibilizadas pela rede pública, apenas pelas clínicas privadas. Essas
vacinas são indicadas na infância e são recomendadas pela Sociedade Brasileira
de Imunizações (SBIm).

“O
adolescente que não foi vacinado na infância vai receber uma dose única”,
afirma.
Já a vacina contra o tipo B é ministrada
aos 3, 5 e 7 meses, com reforço depois de 1 ano de vida e, em adultos, em duas
doses, com intervalo de dois meses.
Há ainda uma vacina contra os tipos A,
C, W e Y. Em bebês, deve ser dada aos 3, 5 e 7 meses com reforço após 12 meses
e outros reforços a cada cinco anos. Já na idade adulta sua dose é única.
“Vale ressaltar que a meningite ocorre
principalmente na infância”, explica. A vacinação no adulto, além de protegê-lo
contra a doença, ajuda a prevenir a transmissão da bactéria para a criança.
Cunha frisa que, quando um caso é
diagnosticado, é realizada a profilaxia antibiótica com pessoas de seu
convívio, como familiares e colegas da escola.