domingo, 3 de março de 2019

SAÚDE: MENINGITE ATINGE PRINCIPALMENTE CRIANÇAS

Vinte em cada 100 pessoas morrem ao contrair a doença e 40% ficam com sequelas. Vacina existe para alguns tipos da bactéria





A meningite meningocócica é uma doença infecciosa bacteriana com letalidade de 20% que afeta mais as crianças, principalmente abaixo dos 2 anos, segundo o pediatra Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
“As crianças sãos as principais vítimas porque são mais vulneráveis e ainda não dispõem do sistema imunológico completamente formado”, explica.
Trata-se de uma doença de evolução rápida, cujos sintomas são febre alta, dor de cabeça e dor no pescoço, que pode levar à morte. É transmitida por meio das vias respiratórias, ou seja, gotículas e secreções do nariz e da garganta.
Cerca de 40% das pessoas que contraem a meningite meningocócica ficam com sequelas, de acordo com Cunha. As mais comuns são amputação dos membros, sequelas neurológicas definitivas e surdez. O tratamento é feito com antibióticos. A maioria das pessoas se tratam e curam a doença.
O pediatra explica que existem vários tipos de meningococo, a bactéria que causa a doença. Há vacina para a meningite meningocócica C, inclusive oferecida pela rede pública. Desde 2010, foi instituído pelo Ministério da Saúde a recomendação da vacina para crianças e desde 2018 para adolescentes entre 11 e 14 anos. A vacina está disponível na rede pública para crianças não vacinadas até os 5 anos de idade.
“Adolescentes e jovens adultos, até 25 anos, são os principais grupos de portadores dessa bactéria. São os chamados portadores sãos. Eles podem desenvolver a doença e transmitir, mesmo não a tendo. A vacinação em outras faixas etárias, em especial os adolescentes, além de proteger o próprio vacinado, evita a transmissão da bactéria para a criança”, afirma.
Cunha ressalta que também existem vacinas para os tipos A, B, W e Y de meningococo, mas que não são disponibilizadas pela rede pública, apenas pelas clínicas privadas. Essas vacinas são indicadas na infância e são recomendadas pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
As doses de cada vacina dependem da faixa etária. Na infância, normalmente, são várias doses. No caso da vacina contra meningite meningocócica C, o recomendado é uma dose aos 3 meses, outra aos 5 meses e um reforço com 1 ano de vida, de acordo com o pediatra. Ele ressalta a importância de outro reforço entre 11 e 14 anos. A vacina está disponível na rede pública até os 5 anos de idade.
“O adolescente que não foi vacinado na infância vai receber uma dose única”, afirma.
Já a vacina contra o tipo B é ministrada aos 3, 5 e 7 meses, com reforço depois de 1 ano de vida e, em adultos, em duas doses, com intervalo de dois meses.
Há ainda uma vacina contra os tipos A, C, W e Y. Em bebês, deve ser dada aos 3, 5 e 7 meses com reforço após 12 meses e outros reforços a cada cinco anos. Já na idade adulta sua dose é única.
“Vale ressaltar que a meningite ocorre principalmente na infância”, explica. A vacinação no adulto, além de protegê-lo contra a doença, ajuda a prevenir a transmissão da bactéria para a criança.
Cunha frisa que, quando um caso é diagnosticado, é realizada a profilaxia antibiótica com pessoas de seu convívio, como familiares e colegas da escola.

Dê:Agência Brasil