quarta-feira, 17 de abril de 2024

'FOLHA' DIZ EM EDITORIAL QUE ACEITAR A ATUAL PERSPECTIVA É CONCORDAR COM A MEDIOCIRDADE: PARTE DA GRANDE MÍDIA JÁ FALA DISCRETAMENTE DA CATÁSTROFE AINDA NÃO ANUNCIADA

Ninguém ficou surpreso. Na verdade, muita gente duvida que as novas metas sejam realmente alcançadas.

Quanto ao desempenho econômico nacional, não houve mudanças significativas de imediato. As expectativas variam entre estabilidade, mediocridade e risco.

O cenário prevê um ajuste lento e incerto no Orçamento. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu equilibrar receitas e despesas para este ano e o próximo (em vez de superávit), mas segundo análises independentes, isso só deve acontecer em 2028.

Quanto à dívida pública, espera-se que aumente de 75,5% do PIB para 86,5% em 2031. Só a partir desse ponto, conforme estimativas comuns, é que começaria a diminuir.

Concordar com essa perspectiva geralmente significa aceitar a mediocridade.

Se nada for feito, os gastos elevados e o endividamento do setor público continuarão a limitar as taxas de juros do Banco Central, que atualmente variam entre 9% e 10% ao ano.

Essa limitação, por sua vez, freia o crescimento econômico, que pode não ser suficiente para combater a pobreza e a miséria.

Além disso, a aparente calmaria pode ser enganosa, especialmente a curto prazo. Em março, uma pesquisa do Datafolha revelou que mais pessoas achavam que a economia piorou (41%) do que melhorou (28%). Coincidentemente ou não, a diferença entre a reprovação (33%) e a aprovação (35%) de Lula também diminuiu.

São perigos aos quais o país está exposto por causa da resistência em rever o aumento insustentável dos gastos, seja por conveniências políticas ou obsessões ideológicas.