sexta-feira, 8 de março de 2024

PROJETOS DE LEI PROPÕEM PROIBIR CRIAÇÃO E VENDA DE ANIMAIS BRAQUICEFÁLICOS NA CÂMARA DOS DEPUTADOS

Jornal da Franca - Shih tzu é a segunda raça de cães preferida dos  brasileiros, diz pesquisa - Jornal da Franca

Dois projetos de lei recentemente apresentados à Câmara dos Deputados têm como objetivo proibir a criação e venda de animais braquicefálicos, notadamente os de focinho curto, como shih tzu, pug e buldogue. Uma das propostas sugere que a violação dessa proibição acarrete penalidades conforme a Lei de Crimes Ambientais, incluindo pena de prisão de três meses a um ano, além de multa. 

É importante destacar que os tutores atuais dessas raças não seriam afetados pela lei, caso seja aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo Executivo.

Os fundamentos dessas propostas estão ancorados nas condições de saúde desses animais. Cães braquicefálicos têm uma maior propensão a nascerem com a chamada Síndrome Braquicefálica, afetando suas vias respiratórias. Problemas como narinas estreitas e traqueia subdesenvolvida são comuns, comprometendo sua capacidade de filtrar, umedecer e direcionar o ar para os pulmões.

Embora o projeto de lei possa ser interpretado como uma medida peculiar, seu objetivo é evitar o sofrimento desses animais. A criação seletiva resultou em alterações físicas prejudiciais à saúde e qualidade de vida desses cães, o que justifica a necessidade de regulamentação. A deputada Duda Salabert também propôs uma legislação similar, citando a experiência da Holanda, que proibiu raças de cães com focinho achatado em 2014.

A médica veterinária Jaque Sousa destaca que essas raças surgiram de cruzamentos visando focinhos cada vez menores, com a ideia de tornar os cães mais atraentes pela aparência infantil. 

Contudo, esse tipo de seleção genética resultou em problemas de saúde, como dificuldades respiratórias e deformidades faciais. Jaque Sousa sugere que, em vez da proibição total, uma regulamentação mais rigorosa na criação poderia ser mais eficaz para prevenir esses problemas de saúde.

A especialista reconhece a importância do debate sobre a saúde dos braquicefálicos, propondo orientação adequada às pessoas interessadas em adquirir essas raças. Além disso, destaca a necessidade de conscientização sobre as soluções cirúrgicas disponíveis para melhorar a qualidade de vida desses animais, como a abertura da narina e cirurgia na traqueia. 

Quanto aos projetos de lei em discussão, o andamento de um aguarda despacho na Câmara dos Deputados, enquanto o outro está incorporado a um projeto de 2007 que aguarda análise em uma comissão específica.

COM INFORMAÇÕES DA ASCOM/CONGRESSO