Tenho percebido na minha prática diária que muitas vezes, quando as pessoas estão em busca do seu desenvolvimento pessoal ou profissional, têm deixado em segundo plano um olhar mais profundo e assertivo das suas próprias emoções, que é um aspecto que considero muito importante em nossas vidas.
Costumo dizer que as emoções são o tempero da vida, porque se colocarmos em demasia a vida perde a harmonia, mas se deixarmos de incluí-las, a liga necessária para que as transformações aconteçam de forma efetiva deixa de existir.
No artigo “Você sabia que as suas emoções podem destruir o seu ambiente de trabalho?”, abordei o tema das emoções na perspectiva de como o líder pode se preparar emocionalmente para suas conversas com seus liderados. Nos próximos artigos escreverei sobre como gerenciarmos nossas próprias emoções com um olhar voltado para o desenvolvimento desta habilidade, procurando trazer reflexões e dicas para te auxiliar neste processo.
Mas afinal, o que são as emoções?
Elas são reações biológicas que acontecem primeiramente no nosso corpo e
que depois são interpretadas por nossa mente, criando os sentimentos,
pensamentos e comportamentos frente a diferentes situações. Compreender
que elas são um processo natural que acontece dentro de nós, nos dá a
oportunidade de entendê-las e com isso encontrarmos estratégias que
sejam efetivas para lidarmos com ele.
Como profissional de desenvolvimento humano com muitos anos de atuação no mundo corporativo, sei que a pressão por resultados e por mudança de certos aspectos do nosso comportamento é real e se espera que tais mudanças aconteçam de imediato. Sendo assim, é muito comum colocarmos foco no desenvolvimento de ações práticas que nos ajudarão a chegar nos resultados esperados, e com isso não consideramos incluir um olhar mais profundo em nossas próprias emoções, o que é fundamental, porque são elas que nos ajudarão a fazer com que as mudanças que estamos buscando aconteçam de forma definitiva.
Já que as emoções tem um papel tão importante no nosso comportamento, precisamos parar para compreender o que dispara essas reações dentro de nós, pois, assim, poderemos diminuir o poder dessa força e criar conscientemente novas formas de pensar e agir.
Muitas vezes sabemos, racionalmente, exatamente o que devemos fazer e por razões que desconhecemos não o fazemos. Um exemplo seria: você aprendeu o processo de como delegar de forma efetiva e começa a praticar isso de forma consciente no seu dia a dia. Porém, num dia em que estava sob pressão, quando percebeu, já tinha feito o trabalho pelo seu funcionário. Racionalmente você tinha todas as explicações para isso, mas, no entanto, percebe um desconforto interno, principalmente porque esse era um dos pontos que você havia se comprometido a mudar.
Analisando o exemplo acima, vários motivos podem estar ligados a esse comportamento e um deles pode ser pela força do hábito. E isso acontece porque o nosso cérebro automatiza alguns processos para economizar energia e também para tornar a nossa vida mais fácil. Porém, podem haver outras razões que façam que, sob stress, você não pratique o que pretendia.
E então o que fazer?
Muitas pessoas sugerem colocar um “post it” com uma frase que te lembre que “delegar é preciso” na sua mesa, em uma tentativa de ajudá-lo a desenvolver um novo comportamento, seguindo uma linha que sugere que, ao mudarmos os nossos pensamentos, automaticamente mudaremos os nossos comportamentos.
De fato, em muitas situações e em muitos processos essa regra funciona perfeitamente. Porém, para outras não, porque a vida não é uma equação matemática. Então nos perguntamos: “o que devo fazer para implementar o aprendizado de uma maneira eficaz?”.
Uma resposta muito eficiente é “observe o que está acontecendo dentro de você, entenda e decida como lidar com isso” na próxima vez que se perceber com este desconforto interno.
Eu acredito que quando nos permitimos parar e refletir sobre o que está acontecendo dentro de nós, estamos nos dando uma ótima oportunidade de fazer transformações importantes em nossas vidas. E você, o que pensa a respeito? Você já passou por situações em que sabia o que fazer e não fez?
POR: WISDON WAY